quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Meu irmão

Ah, como tenho ciúme
desse teu rosto cheio
de sono, afogado nesse
mar onde a noite nos joga...
E em pensar que logo
não te terei mais aos gritos,
tropeços ou abraços...
Sinto muito, meu irmão,
não te terei mais, não
como tu és hoje, com
a inocência estampada
no rosto, deixando luzirem-se
risos em cada gesto,
em cada palavra...
Ah, meu irmão, a tua
voz me fará falta em cada
anoitecer em que eu não
te descobrir presente,
sentado ao meu lado,
deixando escorrer no meu
ombro essa felicidade que
te é inata.
Meu irmão, amor da minha
vida, enquanto lágrimas
encharcam meu rosto,
debruço-me saudoso sobre
este tempo que se vai,
que se vai com um lento
acenar de mãos e uma
gratidão infinita...
Ah, meu irmão, mas,
no final, tudo se vai,
e ficamos assim, desamparados
diante de tanta saudade...
Mas – guarda essas palavras
contigo: quando tudo o mais
se tiver ido, estará como
sempre esteve por ti
o meu amor: inabalável,
inconcebível.

2 comentários:

Anônimo disse...

Caramba irmão! Chorei aqui ao ler essa belíssima poesia! Tu tens um talento nato, e hora a hora descubro que entre tuas palavras quase as lagrimas me vêm! Lindas palavras.
Bergson

Kachak. disse...

Lindo...