segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

who's gonna save my soul now?

Eu costumava dizer que todos os dias são o mesmo dia, e que os meses e os anos são só parcelas atrasadas de um único instante, o único instante em que se situa o plano da nossa vida; e que talvez a metáfora não esteja muito além da realidade: a floresta está aqui, e há muitos nos olhando do penhasco que nos dizem o caminho certo a ser seguido, mas, nós, em nossa cegueira e em nosso orgulho, trilhamos pelos becos sem saída da vida, ou ainda pelas galerias que desembocam no nada... e, como uma forma de auto-compensação, acabamos por dizer que é melhor quebrar o nariz por andar com as próprias pernas que adormecer deitado no sofá da sala, esperando por algum evento inevitável que nos vá tirar dali, mas esperando, e deitados, imóveis... porém, depois de tudo e depois de tanto, é fácil admitir que teria sido mais fácil permanecer no sofá, levantar foi um erro, todos concordamos, e agora temos de administrar as conseqüências da melhor forma possível, afinal, não tem muito o que possa ser feito, a vida não é bem como nos filmes, as pessoas não são inocentes e eu definitivamente não sou diferente dos outros.








Eu costumava dizer que todos os dias são o mesmo dia e, quando percebo, estou acordado no meio da madrugada e há outra mulher em minha cama, não é a melhor hora, eu sei, mas sinto uma espécie de saudade completamente falsa, que aos poucos nos vai dominando e então é preciso corrompê-la com uma porção de realidade, as coisas nunca foram dessa forma, você nunca foi tão bonita, nunca fomos realmente felizes, mas, agora, agora é difícil me convencer disso, e eu continuo me perguntando: who’s gonna save my soul? Who’s gonna save my soul now?

4 comentários:

Luciano disse...

who's gonna save our writings?

Juliana Scheel disse...

caraca turista, como eu gosto da tua escrita.

Anônimo disse...

autenticidade

Lara disse...

Oh!