segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

a noite do asfalto

erro por um bairro
onde todas as esquinas
são uma só
e as estrelas da noite
caíram do céu
para enfeitar
o asfalto.
sangrando por ruas
infinitas, perco-me
na ilusão dos suicidas
e, num gozo paciente,
reconheço
cada dissabor
cotidiano.
sou um corpo de barro
nu,
vazio
em seu interior.
a chuva
me dissolve
e eu me misturo
às estrelas
do enegrecido céu
da noite
do asfalto.