numa conversa
de esquina
- um gole seco
de tristeza
não pronunciada –
descobri o teu destino
de dançarino etéreo
e eterno.
comunicaram a notícia
com um choro
contido
e um nó a mais
na garganta,
e agora todos sabem
que pairas
por sobre as plumas
da noite.
tu te foste,
irmão quase desconhecido,
e deixaste para trás
a sombra de tua presença
nas esquinas
e nas calçadas
de nossa cidade.
os fluídos de teu corpo
se dissiparão
e o mundo,
que te concebeu,
agora te acolhe
em seu seio
materno.
no teu leito de nuvens,
dormes um sono fugidio
e, debaixo dessa superfície
que se nos mantém
impassível,
só a tua lembrança
nos é
ofertada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário