quinta-feira, 10 de julho de 2008

Pernas de concreto, coração de gelatina.

Eu era uma torre

Nos céus, visto de baixo, eu era imponente, forte.

Mas, como toda torre, tremia diante da ameaça do terremoto.

Procurei fortalecer minhas bases

Ah, eu estava seguro...

Eis que o dia chegou

Dessa vez eu não tremi, mantive-me firme.

O terremoto cessou, eu havia sobrevivido.

Foi então que ventos fortes sopraram

E eu temi.

Mais que diante de um terremoto

Eu tremi.

O 20º andar tombou

Em seguida os que estavam em cima.

E o peso acumulado derrubou os antecessores.

O 20º andar caiu

Todo o resto caiu por ele.

Primeiro o coração foi perdido

Depois a mente se perdeu...

Mais uma vez,

Tudo estava perdido.



[solitude_]

3 comentários:

Paulo César di Linharez disse...

Poderia ser um texto melhor, no começo tu até chegaste a fazer um bom trabalho com as palavras - tremi, temi - mas no final falta algo.
Beijão

*Raíssa disse...

Às vezes nossa torre é abalada mais por fenômenos mais simples e inesperados que pelos mais fortes e ativos.

Beijos

Jéssica Mendes disse...

Os teus "gritos de agonia" são bons, muito bons! E não concordo com o que você comentou em meu blog, que os meus transbordamentos são "superiores". Na verdade, não gosto de "quantificar" poesia. Literatura é incomensurável. Mas confesso que um sorriso surgiu em meu rosto ao ler o seu comentário. Não um sorriso orgulhoso, simplesmente um sorriso [redundantemente] feliz! Abraço!