terça-feira, 13 de janeiro de 2009

O amor

Eu havia me esquecido de como era a vida. Comecei a viver ao contrário e as coisas começaram a entrar no lugar. Parece que só virando tudo de cabeça para baixo se consegue montar o quebra-cabeças.
Eu pulei de um abismo na porta da minha casa. Caí numa rua de asfalto onde os garotos jogavam futebol com uma bola velha e gasta. As crianças corriam ao encontro umas das outras.
Esquecer de como é a vida talvez tenha sido bom. Agora eu posso sentir o gosto do feijão e da carne que mamãe costuma fazer. Também posso dizer ‘bom dia’ ao meu irmão e lhe dar um abraço caloroso. Agora eu sinto. De novo.
Eu beijei muitas moças e nenhuma delas retribuiu o beijo. Nunca encontrei ninguém. Mas por que haveria de procurar? Minha mãe é a única mulher da qual preciso. Ela faz o feijão e a carne que eu tanto aprecio.
Acho que eu via as coisas da forma errada. Só agora eu parei para ver que ter amigos não é ter gente por perto. Parei para ver que meu amor é dividido com o mundo e não com as pessoas. E as pessoas são o mundo. E o mundo é as pessoas.
Meu amor é de todos. Meu amor é de tudo.
O amor é simples. O amor é tudo.

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