Sinto o peso dos dias
Cada um me esmagando de um jeito.
Todos juntos
E como os dias passam
Mas não passam em mim
O peso só cresce e cresce e eu
Coitado
Fraco, condenado a viver
Sendo esmagado
Sem fôlego
Sentindo a dor
E a covardia
Bater-me à porta.
Se há algum herói na minha vida
Não é meu pai
Nem eu
O herói da minha vida,
Aliás, a heroína –
é legal fazer um trocadilho com a droga –
é a covardia.
Não fosse a covardia meus pulsos já estariam rasgados
Ou meu estômago cheio de veneno
Minha cabeça estourada ou os ossos dos meus pés e pernas
Triturados, feito pó.
É só o medo da dor
Minha e dos outros
Que me impede de realizar meu desejo.
E assim vou passando
E os dias em mim se acumulando
Como blocos de concreto em cima dum pardal
Que treme as pernas e já não agüenta
E já quase deixa-se levar
De uma vez
Por todas
Ao fim.
2 comentários:
Não podemos nos deixar levar, pois pode ser que não gostemos do destino.
Beijos!
nem me fale uma coisa dessas está bem? espero que seja só escritos... e continue covarde haha :*
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