Eu não serei cafetão de uma vida prostituta.
Quero afastar de mim a mácula da licenciosidade
Quero deixá-la longe, porque só assim eu posso tê-la
Em minha cama, sem sujar os meus lençóis.
O mundo não precisa de uma camisa-de-vênus,
O mundo precisa é de uma camisa-de-força
Para prendê-lo à esperança de liberdade.
À esperança, enfim...
Por isso rasgo meu peito num devaneio infinito.
Sonhos intermináveis de dias intermináveis
Onde a insanidade e a covardia fazem pesar
A cabeça e os ombros, e tremerem as pernas.
Ai, céus, quando cairão sobre nós?
Alguém anuncia todos os dias o fim do mundo
E, no entanto, somos nós os condenados ao findar.
O mundo mostra-se firme ante nossa prostração.
Aqui, senhores, perene é só o medo;
Perene é só o desejo:
Carne, sangue...
E exuberante é a aurora, a vida e o ocaso.
4 comentários:
Melancólico.
Agradável, sereno, refinado.
Quanta serenidade!
Muito bonito, mallu *-*
Atualiza!
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