corrói-se a carne do mundo:
suas veias abertas expelem
gases e entram em combustão
e enfim tudo é uma única e nefasta
mecânica irrefreável, um maquinário
de cujas garras não se pode fugir.
as palavras não mais abrigam
meu desespero. somos moídos
diariamente: mastigados e cuspidos
na cara de nossos sonhos.
meus olhos, quase podres
pelo contato com o mundo,
já não podem ver:
sua razão é desdita
verdade de sombras:
jardim onde folhas mortas
passeiam distraídas
e o invisível são as flores,
o perfume do doce,
a ranhura da chuva.
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