O poeta é só um homem
Que aprendeu a ser sensível
E que sabe o peso das palavras
Sabe porque vive sendo esmagado por elas.
***
Era um corpo de água.
Protegido por uma armadura de ferro enferrujada.
Impenetrável,
Aparentemente.
A armadura tinha algumas falhas
Mas era impossível alguém, além do corpo de água, conhecê-las.
Porém, ela foi estudada por inteiro.
Cada centímetro seu foi visto e revisto.
O nada se transformou em algo
O bom em ruim
O certo, em errado.
A tristeza, em raiva.
Raiva de quem segura o punhal ensangüentado.
Raiva de quem retira, peça por peça, a armadura.
A água escorre.
E o corpo já não é mais corpo
É somente água derramada
Correndo pelos rios da vida
Esvaindo-se.
Evaporando.
Foi esse o destine daquele
Que escolheu ser água por dentro
E Ferro por fora.
[solitude_]
Um comentário:
Gostei muito do seu poema, principalmente essa parte: "Que escolheu ser água por dentro / E Ferro por fora."
Dos outro que li aqui, também gostei. Seus poemas são bons, parabéns!
Posso te linkar no meu blog?
Beijos
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