sexta-feira, 20 de junho de 2008

Auto-Ajuda

Pobres aqueles que encontram a riqueza

Na vida e em tudo o que há nela

Nos sentimentos volúveis

E nas compensações levianas.


Rico sou eu

Pois tenho em mim todas as possibilidades

Que o mundo não pode me dar.


E meu anseio pelo desconhecido destino pós-morte

Só é anulado pelo meu medo

De nem destino e nem desconhecido existirem

No lar dos que já morreram e são imortais.


Talvez possa eu estar me enganando

E o que me espera do outro-lado

É o exato lugar em que eu me encontro hoje:

Imensidão eterna de obscuridade de pensamento

De julgamento e culpa de si próprio.


Mas as coisas hão de melhorar...

Basta-me parar de falar

E convencer-me realmente disso.




[solitude_]

3 comentários:

*Raíssa disse...

"E o que me espera do outro-lado

É o exato lugar em que eu me encontro hoje:

Imensidão eterna de obscuridade de pensamento

De julgamento e culpa de si próprio."

A melhor parte do poema! Adorei!

Beijos

Gabriela disse...

Você cresceu de uma forma extraordinária em um tempo mínimo. Cresceu tão rápido que parece que deixou para trás a infância e logo entrou na fase adulta, tirou o boné de duas abas e se enfiou em um paletó. Cresceu rápido e tão rápido foi que me deixou com uma imensa sensação de nostalgia pela adolescência que se esqueceu de ser. Mas, veja bem, estou sendo apenas egoísta por não ter tido tempo de dizer "tchau", e ter sido obrigada a cumprimentar logo com "boa tarde".
Acabo de ler todos os textos e eles estão incríveis.
Estão extremamente originais, com uma tonelada de estilo próprio.
Parabéns!

Gabriela disse...

Aliás, o "minha eterna dúvida sobre a realidade" definitivamente me arrancou da realidade.