Pobres aqueles que encontram a riqueza
Na vida e em tudo o que há nela
Nos sentimentos volúveis
E nas compensações levianas.
Rico sou eu
Pois tenho em mim todas as possibilidades
Que o mundo não pode me dar.
E meu anseio pelo desconhecido destino pós-morte
Só é anulado pelo meu medo
De nem destino e nem desconhecido existirem
No lar dos que já morreram e são imortais.
Talvez possa eu estar me enganando
E o que me espera do outro-lado
É o exato lugar em que eu me encontro hoje:
Imensidão eterna de obscuridade de pensamento
De julgamento e culpa de si próprio.
Mas as coisas hão de melhorar...
Basta-me parar de falar
E convencer-me realmente disso.
[solitude_]
3 comentários:
"E o que me espera do outro-lado
É o exato lugar em que eu me encontro hoje:
Imensidão eterna de obscuridade de pensamento
De julgamento e culpa de si próprio."
A melhor parte do poema! Adorei!
Beijos
Você cresceu de uma forma extraordinária em um tempo mínimo. Cresceu tão rápido que parece que deixou para trás a infância e logo entrou na fase adulta, tirou o boné de duas abas e se enfiou em um paletó. Cresceu rápido e tão rápido foi que me deixou com uma imensa sensação de nostalgia pela adolescência que se esqueceu de ser. Mas, veja bem, estou sendo apenas egoísta por não ter tido tempo de dizer "tchau", e ter sido obrigada a cumprimentar logo com "boa tarde".
Acabo de ler todos os textos e eles estão incríveis.
Estão extremamente originais, com uma tonelada de estilo próprio.
Parabéns!
Aliás, o "minha eterna dúvida sobre a realidade" definitivamente me arrancou da realidade.
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